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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Inadimplência atinge maior patamar desde setembro de 2007


A inadimplência dos consumidores não para de crescer e atingiu em abril o maior nível desde setembro de 2007. É o que revela a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Segundo o levantamento, 21,8% dos moradores da Capital tinham contas atrasadas em abril, o que equivale a 782,8 mil famílias. Em setembro de 2007, o total de pessoas com faturas em atraso era de 23,5%, 1,7 ponto percentual superior ao registrado agora.
"O aumento da inadimplência não é surpreendente e nem preocupante porque estamos vivendo estabilidade na economia e no emprego", diz Valter Moura, presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo).
Uma boa notícia é que o total de famílias endividadas e que não terão condição de pagar total ou parcialmente suas dívidas caiu de 4,8% para 3,9%.
A Peic mostra ainda que, em abril, 50,6% dos paulistanos tinham feito algum tipo de financiamento ou compra parcelada, o que equivale a 1,81 milhão de famílias. O número é 1,6 ponto percentual menor do que o registrado em março, mas ainda está 2,3 pontos percentuais acima do mesmo mês no ano passado.
A entidade pondera que o recuo nos endividados se deve, em grande parte, ao fim de prestações adquiridas nas compras do fim do ano. "Isso (o aumento da inadimplência) é normal nesta época porque passa a euforia das compras do fim do ano e as contas chegam", destaca Moura ao lembrar que muita gente ainda compra por impulso porque falta educação financeira no País.
VEÍCULOS - A Fecomercio-SP aponta ainda que parte considerável dos inadimplentes tem suas dívidas atreladas ao financiamento de veículos, que concentra 10,2% dos débitos das famílias. Segundo dados do Banco Central, o nível de inadimplência para o setor é de 5,7%, o mais alto desde o inicio da série em 2000.
PERFIL - A pesquisa mostra também que, em abril, 23,1% dos paulistanos estavam comprometidos com dívidas por mais de um ano, 52,9% de três a 12 meses e 20,6% por menos de três meses. A parcela da população que comprometeu entre 11% e 50% de sua renda mensal é de 56,9%. Já 22,3% comprometeram menos de 10% da renda familiar e 17,2% mais de 50%.
Entre os consumidores com contas em atraso, 46,2% devem há mais de 90 dias, 19,2% têm faturas atrasadas por até 30 dias e 33,1% estão com dívidas atrasadas entre 30 e 90 dias.
O principal meio utilizado para adquirir essas dívidas continua sendo o cartão de crédito, sendo que 76,2% dos paulistanos têm algum débito devido às compras pagas dessa maneira. A participação dos carnês caiu de 28,2% para 15,2%, ficando atrás do crédito pessoal, segunda forma mais comum de endividamento, que ficou em 19,6%.
A assessoria técnica da Fecomercio-SP explica que essa redução se deu, principalmente, porque os consumidores estão quitando as dívidas que usualmente contraem nos carnês durante as promoções de início de ano.
"Nenhuma surpresa para este ano. Esta fortemente influenciada pelas dívidas com veículos e com certeza em breve também com os imóveis, haja vista que  com a entrega das chaves das moradias, começam a vigorar os financiamentos.  Olho firme na qualidade das vendas." Eduardo Faddul

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