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terça-feira, 27 de março de 2012

Veja como a China afeta seu bolso

Segunda maior potência econômica do globo (atrás apenas dos Estados Unidos), a China vem apresentando nos últimos anos taxas de crescimento impressionantes. Quase sempre de dois dígitos. Agora, no entanto, o gigante asiático começou seu processo de desaceleração. E, num mundo globalizado, isso significa muita dúvida e tensão para governos, mercados, indústrias, comércio e, por que não dizer, para seu bolso. Explica-se: os chineses se transformaram numa força que vem puxando o crescimento do mundo há pelo menos duas décadas e são atualmente o maior parceiro comercial do Brasil. Há duas semanas, a autoridade máxima chinesa, o premiê Wen Jiabao, admitiu uma pequena diminuição do Produto Interno Bruto (PIB). No curto prazo, isso vai trazer consequências na comercialização de algumas commodities, produtos primários negociados em Bolsa, como carne, soja e açúcar, por exemplo. Aqui, temos pelo menos algo de positivo. Se as vendas de produtos agropecuários para a China caírem, os produtores brasileiros vão se voltar para o mercado interno. Isso significa que os preços podem ficar mais baixos nos nossos supermercados.

O cenário provocado pela desaceleração chinesa agora é o oposto ao de 2007, quando os preços de vários alimentos subiram no mundo inteiro devido ao fato dos chineses estarem consumindo mais carne, produtos derivados de soja, entre outros. Na época, essa alta contribuiu para aumentar a inflação em vários países, incluindo o Brasil. “O que acontece agora vai beneficiar o consumidor, que poderá comprar alguns produtos um pouco mais baratos, como a carne (bovina e a de frango) e os derivados da soja. No entanto, as empresas vão ganhar menos dinheiro com a queda das exportações e, como consequência disso, o desemprego pode ser maior nas companhias exportadoras”, explica o economista e professor do Departamento de Economia da UFPE, Carlos Magno Lopes. Esse reflexo não é imediato e a baixa no preço das commodities pode levar alguns meses até chegar ao consumidor.

“Apesar de consumir menos, os chineses vão continuar comendo”, diz Magno, acrescentando que os alimentos não devem ter um decréscimo de preço acentuado, mas o minério de ferro, sim. “O setor minero-siderúrgico já deve estar experimentando uma desaceleração e poderá desempregar, porque é muito sensível à demanda chinesa, mas não será nada terrível”, diz Magno. Nos dois primeiros meses deste ano, o minério de ferro representou 44,7% de tudo que o Brasil exportou para a China, enquanto a soja ficou com 24%.



"Neste artigo inteligente percebemos como a globalização nos afeta diretamente." Eduardo Faddul


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